sábado, 17 de maio de 2014

Eis o Futuro

Como imaginas o futuro? És daqueles que acredita na salvação do planeta, que o Homem vai aprender a respeitar a Terra que habita e reaprender a viver em comunhão com ela ou és um céptico e já estás mentalizado para que a situação apenas piore e acabemos a flutuar no espaço numa esfera cinzenta e estéril? 

Quer sejas do primeiro ou do segundo grupo, o que é certo é que já deves ter parado para pensar -nem que seja por um momento- no nosso futuro. Podes olhar com mais ou menos esperança para as energias renováveis, podes ficar ansioso por ver construídas as grandes torres e outras estruturas que prometem ser uma cidade num edifício só, mas ponho a mão no fogo em como já pensaste que algo deve ser feito para mudar esta situação sem comprometer o progresso alcançado. Mas como?
Ilha do Príncipe, do Arquipélago de S. Tomé e Príncipe

A resposta parece surgir numa ilha no meio do Atlântico onde se fala português. Na ilha do Príncipe, espaço considerado Reserva da Biosfera desde 2002 e em que a maioria da sua área constitui um parque natural, o desenvolvimento sustentável ganha outro nome.

Como vem relatado na revista Visão, edição de 1 de Maio de 2014, Mark Shuttleworth, cognominado de 'Bill Gates sul-africano', aterrou neste paraíso tropical e decide aí investir o seu dinheiro, conseguido graças ao seu envolvimento em negócios com empresas na indústria do software e tecnologia. Ansioso de deixar um legado, Mark fez-se rodear por uma equipa, constituída por muitos portugueses, que o ajudará na sua tarefa de transformar o Príncipe, onde pensa investir cerca de 100 milhões de euros (Mark arrecadara, em 1999, 500 milhões de euros com a venda da sua primeira empresa vocacionada para a segurança do comércio electrónico). 

A ilha do Príncipe era até agora uma ilha destinada a definhar, perdendo população de ano para ano devido à emigração, mas desde que a empresa que Mark fundou, a HBD, começou a investir nas infraestruturas da ilha a sua população aumentou de 6400 para 7500 habitantes nos últimos 4 anos.

Está já em marcha a construção de vários hotéis de capacidade reduzida e construção integrada na natureza, tendo o Hotel Bom Bom sido o 1.º hotel em África a obter a certificação de turismo responsável, onde a HBD investiu 6 milhões de euros.
Bom Bom Island Resort, Turismo Responsável

A HBD lançou programas ensino de formação de novos trabalhadores, construiu também infraestruturas de apoio como uma carpintaria, uma nova pista para o Aeroporto, investimento de 17,6 milhões de euros, a cargo da Mota & Engil e que não deverá ter retorno. Foi financiada também a compra de um cargueiro em 400 mil euros para assegurar o transporte de mercadorias entre a ilha e São Tomé e outros portos africanos. Há também uma campanha para a recolha e entrega de garrafas de plástico em troca de garrafas de alumínio para prevenir a poluição. Está igualmente em marcha o plano para a constituição de um núcleo museológico que recuperará as antigas roças da ilha, tudo isto em trabalho conferência com o Governo Regional do Príncipe que se limita a observar os investimentos da HBD. É importante realçar que a rentabilidade destes negócios rondará apenas os 10% daqui a 10 anos, só com o negócio dos hotéis, mas isso não é o mais importante para Mark e sim a marca que está a deixar nesta ilha e no mundo.
Campanha de recolha de garrafas de plástico

Hoje em dia a HBO emprega já 400 trabalhadores (mais de um terço da força de trabalho da ilha). Esses trabalhadores passaram a receber os seus vencimentos por transferência bancária, com subsídios de férias e Natal e com contribuições para a Segurança Social, pagamento de impostos, seguros de saúde e dois dias de descanso semanal, o que está a originar uma reacção por parte das outras empresas da ilha. Esta melhoria no nível de vida, sem comprometer o meio onde se insere, fez renascer a economia de Santo António, capital da ilha e a mais pequena cidade do Mundo.

Ora, visto isto podemos por fim todos constactar: o desenvolvimento sustentável é possível, o desenvolvimento económico passa pela melhoria das condições de vida da população e pela sua educação. Um dos nossos futuros está já visível no Príncipe e foi possível apenas graças à ausência de ganância deste multimilionário sul-africano que investiu sem olhar para o lucro a curto prazo que conseguiria mas sim nos benefícios a longo prazo que traria para toda aquela ilha. 

Progresso e ecologia são e devem ser combináveis e compatíveis, apenas temos de trabalhar para isso.

Post by Francisco Tiago

Com base na reportagem da edição nº1104 da revista Visão, de 1 de Maio de 2014.
Imagens de: 
atlas.saotomeprincipe.eu

www.meiosepublicidade.pt


quarta-feira, 26 de março de 2014

Sanções, como assim?

 Todos temos vindo a acompanhar a evolução dos acontecimentos na Ucrânia. No passado dia 16 de Março foi a votos, na Crimeia, e aprovada, a resolução de integrar este território na União Russa. Desde o início que a União Europeia e Estados Unidos se mostram contra esta iniciativa e ameaçam sanções para Moscovo. Mas o que é que isso significa?


 A princípio foram congeladas contas de personalidades russas em bancos europeus e americanos. Falam-se agora de revogação de benefícios aduaneiros às exportações russas. Agora, o Banco Mundial afirmou, segundo o DN, que graças à falta de segurança dos investidores e dos riscos geopolíticos, o PIB russo poderá recuar 1,8% em 2014 e chegar a uma contracção 2,1% em 2015, isto no pior dos cenários. 

Vladimir Putin, Presidente Russo


 Do lado russo há a sombra do corte no abastecimento de gás natural e petróleo à Europa Central, matérias primas essas que "continuam a ser a espinha dorsal da produção de energia", segundo a Agência Internacional de Energia. Com a ameaça de ter este corredor de energia cortado, para além de uma instabilidade nos mercados, a Europa corre o risco de ver os preços do gás subir radicalmente e ver-se a braços com uma grande crise energética devido à elevada dependência de combustível russo.
O elo de ligação Rússia-UE
 A Ucrânia, que até ao fim de 2013 detinha um acordo com a Rússia em que trocava a livre passagem de gás para a Europa por uma quota de consumo grátis de gás para a sua população, está ainda mais em risco pois afirma-se como o 6º maior consumidor de gás natural do mundo e 4º maior importador, segundo o "CIA's World Factbook".

Barack Obama, Presidente Americano

 Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos, cujo presidente se encontra na cimeira EUA-UE, declaram que a cooperação energética entre a Europa e América se torna essencial para a diversificação energética europeia, passando esse passo pela comercialização no velho continente de gás de xisto, importado dos EUA. Neste alvoroço ficaram esquecidas as sequelas feitas na diplomacia entre a UE e os EUA no seguimento dos escândalos da NSA e os Estados Unidos reafirmam a sua essência ao aproveitar esta oportunidade de fragilidade na Europa para introduzir um novo produto (que levanta algumas dúvidas no plano ambiental) e lucrar com isso.
Gasoduto Argélia-Península Ibérica

 Para Portugal estas circunstâncias não são alarmantes devido ao facto do nosso gás importado provir maioritariamente da Argélia, através do gasoduto do Magrebe, não sendo esperados grandes reflexos no abastecimento de energia causados pelos acontecimentos na Europa de Leste, podendo-se no entanto esperar algumas flutuações nos preços deste bem.

Post by Francisco Tiago e Joana Fialho

Bibliografia:
http://www.naturalgaseurope.com/
http://www.dn.pt/
http://www.publico.pt/
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Mother Russia

  Todos nós já nos apercebemos do que anda a acontecer na Ucrânia, o nosso vizinho longínquo da Europa de Leste, onde hoje em dia se trava a mesma batalha que lutaram os nossos pais e avós, faz em Abril 40 anos. São pais que lutam pelo futuro dos seus filhos, são cidadãos que se tentam libertar ainda do regime autoritário que pensáramos ter acabado com o século XX, após a queda do muro de Berlim e da URSS.

Foto by: Vlad-Sode

  Mas se pensamos que o que está a acontecer na Ucrânia é meramente uma luta Rússia-UE, estamos enganados, esta foi apenas a faísca que desencadeou toda esta espiral de revolta, uma derradeira luta contra a opressão, uma tentativa de fazer com que seja efectivamente a voz do povo que conte, que seja o povo a decidir o seu futuro e não um grupo restrito, uma aristocracia dos dias de hoje, aquele ângulo morto aos olhos da justiça que de tempos a tempos sai fora dos seus limites, trazendo à rua a revolta e a sede de justiça, como podemos ver na Praça da Independência, em Kiev.
Foto by: Serfei-Grits

  Muitos de nós, e espero estar enganado, adolescentes que tomam certas liberdades como certas, que sabem que daqui a uns anos poderão votar, que não têm de temer o que dizem, as suas ideias e crenças, não conseguem imaginar bem a magnitude do que se está a passar em Kiev. Ali, na Praça da Independência, qual Largo do Carmo, se vê a indignação de um povo cansado de ser ignorado e que agora se levanta e faz ouvir para se tornar senhor do seu destino e do do seu país. 

Foto by: Alexey Furman

  Pedem eleições livres, pedem eleições em que tudo possa ser esclarecido com justiça e que, para além da escolha entre a União Europeia e a Rússia, se escolhe entre ser ouvido ou deixar andar - e como portugueses que somos, já sabemos que isso não costuma resultar.

Post by FT

domingo, 5 de janeiro de 2014

A Importância do Mercado Livre: Portugal, Holanda e República Checa

 Todos sabemos que um dos princípios base que levou à criação da União Europeia tal como a temos hoje, foi o desejo de um mercado continental livre, em que pessoas e mercadorias pudessem circular livremente na Europa, sem estarem restringidas por fronteiras administrativas ou alfandegárias. Um dos efeitos lógicos da existência de um espaço de circulação livre de mercadorias é a intensificação do tráfego das mesmas, que agora podem chegar a qualquer lado do mercado comum sem estarem sujeitas a nenhum tipo de controlo aduaneiro.


Portugal, que aderiu à CEE em 1986, beneficiou com a entrada na comunidade ao ver um aumento nas suas exportações e, em contrapartida, um aumento de nas importações, que comprovam que a integração num mercado único pode não só favorecer uma economia, mas também pode ter um efeito negativo como o aumento do deficit da Balança Comercial.  


A estrutura das importações e exportações portuguesas foi-se alterando, sendo que em 2010, segundo a base de dados ‘Pordata’, os 5 produtos e serviços mais exportados foram: Serviço de transporte e armazenagem; Produtos têxteis, vestuário e de couro; Equipamento de transporte; Produtos alimentares, bebidas e da indústria do tabaco; Metais de base e produtos metálicos, excepto máquinas e equipamentos.

Em sentido contrário, as importações de maior peso foram: Equipamento de transporte; Minérios e outros produtos das indústrias extractivas; Produtos alimentares, bebidas e da indústria do tabaco; Produtos Químicos; Metais de base e produtos metálicos, excepto máquinas e equipamento.




Concluímos então que na economia portuguesa, para além dos serviços de transporte, as exportações de maior relevância estão assentes no sector I e II, sendo os bens industriais exportados de baixa tecnologia (roupa e calçado). Ao mesmo tempo verifica-mos então que, ocupando os minérios o 2º lugar nas nossas importações, Portugal encontra-se bastante dependente ao estrangeiro pois é desta categoria que advêm os recursos necessários à produção de energia.

No caso holandês, das mercadorias que saíram da Holanda, em 2008, destacam-se principalmente os Combustíveis e Óleos Minerais, Máquinas e Aparelhos Mecânicos e Máquinas e Aparelhos Eletrónicos, o que evidencia o elevado grau de desenvolvimento tecnológico da economia deste país face a Portugal. Mais uma vez, as exportações deste país da UE vão principalmente para outros países membros, podendo-se reafirmar a importância do mercado único para o dinamismo do comércio internacional.

A República Checa, por sua vez, assentar quer as suas importações, quer exportações, em máquinas e material de transporte, matérias-primas e combustíveis e produtos químicos, o que nos faz aperceber da importância do sector II para esta economia.




Quanto ao destino das suas exportações, a Espanha desempenha desde 86, ano em que também entrou no mercado único, o papel de maior importador de mercadorias portuguesas, que antes eram principalmente absorvidas pelas (ex-)colónias. Em 2011 Espanha representou 24.8% das exportações portuguesas, seguida da Alemanha com 13.6% e França com 12%.

Em termos de Importações, em 2012, Portugal comprava cerca de 32% das mercadorias entradas no país a Espanha, 11.5% à Alemanha e 6.7% à França, que se traduzem assim como sendo os três grandes parceiros comerciais portugueses, todos membros da UE, facto fundamental para a concretização desta realidade.

Para os Países Baixos, os principais importadores de produtos Holandeses foram, em 2012: Alemanha (26.5%); Bélgica (13.7%), França (8.8%) e Reino Unido (8%) e os que mais exportaram para o mercado holandês foram: Alemanha (13.8%), China (12%) e Bélgica (8.4%)

Na República Checa os parceiros importadores são Alemanha (29,5%), Polónia (7,7%), Eslováquia (7,4%) e os parceiros de exportação são Alemanha (31,8%), Eslováquia (9,1%), Polónia (6,1%).

Nós três casos vemos que a Alemanha desempenha um papel de destaque, seguida dos países vizinhos dos respectivos países (excepto a China) , na maioria membros da UE, mais uma prova da importância do mercado comum Europeu.


No fundo, o que a UE faz a estes países é permitir que estes façam chegar os seus produtos aos mercados dos países vizinhos sem a necessidade de acordos prévios, ao mesmo tempo que expõe o mercado desses mesmos países à concorrência externa, o que pode resultar numa balança comercial demasiado deficitária, tal como tem vindo a acontecer com Portugal que aumentou as suas importações ao entrar para a UE, enquanto que a República Checa alcança um excedente comercial com a sua entrada na UE em 2004.

Post de Francisco Tiago Carvalho e Joana MS Fialho.



Toda a informação, de textos e quadros/gráficos foi recolhida de sites como:
http://www.pordata.pt/;
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/;http://www.slideshare.net/exporthub/paises-baixos-holanda-ficha-de-mercado-exportao-e-investimento; www.indexmundi.com; http://www.portugalglobal.pt/.../PortugalFichaPais.pdf e http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2487803.

sábado, 4 de janeiro de 2014

What's the plan?


Estamos no início de 2014,a escola começa depois de amanhã e eu aqui a fazer o blog para a professora de Economia, já que o que tinha criado com a Joana eclipsou-se completamente, algures no cyber-espaço. A ideia parece ser simples, temos de ir postando aqui alguns trabalhos que a stora pedir e também alguns comentários de 'economista de bancada', so, enjoy!
FT